É muito difícil quando a gente faz 18 anos e começa aos poucos a despedir da adolescência e entrar na fase dos 20 e 21 anos de virar jovem adulta. Ainda mais quando se tem pessoas perto da gente que não te enxergam como uma jovem adulta.
Eu, Júlia, tenho 24 anos, faltando dois meses pra chegada dos 25, e sinto que diversas pessoas me enxergam como jovem adulta, por verem meu desempenho, as dificuldades e medos que eu tinha e acabei superando. Mas, outras, até hoje não enxergaram isso e, assim, acabam me tratando como uma criança indefesa e infantil e acabam, sem querer, dificultando meu amadurecimento.
Me sinto muito mal, triste e cansada com essa situação, pois é uma luta constante para fazer com que os outros deixem de me enxergar como criança ou adolescente com TEA (Transtorno do Espectro Autismo) e passem a me enxergar como uma jovem adulta, que tem TEA e também tem vontades próprias e é capaz de tomar suas próprias decisões, mesmo que errando de vez em quando, como todo mundo.
As pessoas costumam esperar que nós, do Espectro, tenhamos um comportamento, desejos, ou que tomemos decisões iguais aos neurotípicos, mas isso não conseguimos ter ou fazer. Eu até que tento, mas não consigo ou não sei como agir como um neurotípico.
Concluindo: sei que é difícil para todo mundo fazer a transição para uma vida adulta autônoma, mas para quem tem TEA como eu, as coisas ficam um pouquinho mais difíceis, e isso acaba dando muito cansaço.
Como você bem o disse, a transição de adolescente para jovem adulto não é fácil para ninguém, nem para os chamados "neurotípicos" e certamente não é fácil para aqueles que têm uma singularidade neurológica, como você, que, perceptiva que é, se ressente com as reações de mais cuidado e proteção daqueles que a cercam, e eu me incluo nisso. Todos nós amadurecemos ao longo da vida, e deixar aqueles que amamos livres "para voar" é um desafio. Da minha parte, entendi o "puxão de orelha" ... Parabéns pelo texto e, sempre que necessário, esperneie!!
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